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Atividade física: cada movimento conta, diz OMS

Atividades como dança, brincadeiras e tarefas domésticas cotidianas, como jardinagem e limpeza também entram no cálculo da recomendação.


Por Carolina Pulice


Desde o ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a recomendar pelo menos 150 a 300 minutos de atividade aeróbica moderada a vigorosa por semana para todos os adultos e uma média de 60 minutos por dia para crianças e adolescentes.


O motivo na modificação foram os números assustadores sobre sedentarismo: um em cada 4 adultos não pode ser considerado praticante de atividade física no mundo, de acordo com a Organização. No Brasil, 40,3% dos adultos a partir de 18 anos foram classificados como insuficientemente ativos, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019.


A atividade aeróbica inclui não somente exercícios físicos, mas também trabalho, lazer ou transporte (caminhada, roda e bicicleta). Atividades como dança, brincadeiras e tarefas domésticas cotidianas, como jardinagem e limpeza também entram no cálculo da recomendação.





Mas como equacionar tais minutos?


A resposta é que não há uma única solução para tais questionamentos, e que para discutir tal tema é preciso voltar ao motivo da mudança da OMS.


Daiane Janner (@profadaianejanner), personal trainer e fisiologista, explica que a decisão da OMS partiu de diversos estudos científicos e análises comportamentais levando em conta o aumento do sedentarismo no mundo todo.


“A humanidade entrou num momento de sedentarismo elevado. E temos recomendação de que exercícios são benéficos para proporcionar alterações cardiovasculares, imunológicas, neuroproteção, e muito mais”, explica.

Com a mudança pela OMS, Daniel Macedo começou a se questionar: como dividir a duração dos meus exercícios por dia?


Daniel, que tem 27 anos e mora em São Paulo, tem praticado exercício com frequência desde 2017, indo em academias ou tendo aulas de natação. Mas com a pandemia batendo na porta, decidiu interromper as aulas e praticar atividades por conta própria.


“Devo fazer exercícios intensos todos os dias? Devo concentrar minhas atividades em períodos mais longos, uma ou duas vezes por semana? ”, questionou.

Daniel equilibrou as atividades em três vezes por semana, com exercícios aeróbicos e de musculação de uma hora por dia, além de limpar sua casa uma vez por semana.


Mas esta não é e nem precisa ser a única fórmula para se exercitar, como explica a instrutora de yoga Aline Juruena Mattos.


“O tempo de uma aula de yoga depende de um conjunto de fatores: da condição física, da saúde do praticante e da modalidade, que pode ser mais intensa ou mais suave.. Mas o importante é que o aluno iniciante esteja junto com um instrutor, que faça a prática com consciência, sabendo o que está fazendo, focado no momento presente, e com a postura e respiração corretas", afirma, apontando ainda para os efeitos e benéficos de tal prática.




“A yoga é uma ferramenta tão potente que mesmo que a pessoa faça uma sequência de cinco minutos por dia, já estará recebendo benefícios”, diz.

Daiane vai na mesma linha, apontando que qualquer atividade física em um dia é melhor do que o não movimento, e que por isso mesmo a diretriz da OMS estava atrelada ao slogan “cada movimento conta”.


“De acordo com a recomendação, é necessário em torno de 20 minutos por dia para atingir o mínimo recomendado. Se a pessoa tem 20 minutos por dia para fazer uma atividade, é melhor ela fazer os vinte porque o que eu vejo é que as pessoas se atém muito ao tempo. E por estar presa ao tempo, elas preferem não fazer nada”, afirma.

Com a pandemia, a realização de exercícios físicos pode ter se tornado um desafio para muitos. Porém, a fisiologista e personal trainer aponta que houve uma conscientização maior da importância de praticar atividade física.


“Muita gente nem sabia o que era a OMS antes da pandemia. Mas agora parece que há uma conscientização maior sobre a prática de atividade física como maneira de prevenir doenças e atenuar os efeitos de outras doenças”, explica.




É um infinito de opções que se bem aproveitado pode ajudar a prevenir e controlar doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e câncer, reduzir os sintomas de depressão e ansiedade, o declínio cognitivo, melhorar a memória e exercitar a saúde do cérebro.


Trocar certos hábitos também podem ajudar na conta das atividades físicas. Subir a escada do prédio, ir a pé a mercados e farmácias podem ser algumas alternativas para atingir a média mínima recomendada pela OMS.


Com o maior acesso à internet e redes sociais, também foi possível aderir a novas práticas, conhecer diferentes métodos e novas maneiras de se exercitar.


Vídeo é o que não falta, e há para todos os gostos: aulas de yoga, hits mais intensos, alongamento, lutas marciais, danças, etc.


O que vale é se movimentar. Afinal, todo movimento conta.

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