Estudos mostram que o Yoga auxilia no tratamento de câncer de mama e outras doenças crônicas
Por Ana Karina Talarico
Receber um diagnóstico de câncer de mama é um baque muito grande na vida de uma ulher, tanto físico como mental. O medo de perder parte de seu corpo e assim sua autoestima ir lá embaixo, a preocupação de não conseguir vencer a doença, a ansiedade para saber como irá reagir ao tratamento, tudo isso a deixa muito frágil. Um turbilhão de emoções envolve essa descoberta. Nesse momento, cuidar do corpo, mente e espírito pode ser uma das ferramentas para combater a doença. E é nesse momento que entra o Yoga.
Pesquisas mostram que as mulheres com câncer de mama submetidas à radioterapia que praticam Yoga podem melhorar significativamente a qualidade de vida. Um estudo do Centro de Câncer MD Anderson, da Universidade do Texas, uma das principais referências mundial no tratamento do câncer, revelou, entre outras descobertas, que mulheres que praticavam Yoga tiveram a queda mais acentuada nos níveis de cortisol ao longo do dia, indicando que essa arte milenar tinha a capacidade de ajudar a regular esse hormônio do estresse. O cortisol é um glicocorticoide necessário para a saúde, mas em excesso, suprime a imunidade e aumenta a glicose no sangue. Os níveis mais elevados desse hormônio ao longo do dia foram associados a piores resultados no câncer de mama.
Essa pesquisa mostrou ainda que o Yoga combateu a fadiga, promoveu a melhora no funcionamento do organismo das mulheres, na capacidade de realizar as tarefas diárias, redução do cansaço e aceitação da doença. Os resultados preliminares foram relatados pela primeira vez em 2011 por Lorenzo Cohen, Ph.D., professor e diretor do Programa de Medicina Integrativa do MD Anderson e foram publicados mais tarde no Journal of Clinical Oncology.
Combate Ansiedade e Estresse
Um outro estudo publicado na Journal of Medical Radiation Sciences afirma que o Yoga tem vários benefícios para estas pacientes, como a melhoria da qualidade do sono, redução de ansiedade e estresse, melhora o humor e combate à depressão e o isolamento social.
Cristiane de Lacerda Gonçalves Chaves, médica pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro e especializada em Oncologia Integrativa pelo Hospital Memorial Sloan Kettering Cancer Center, amplia ainda mais o assunto. Segundo ela, não é apenas para o tratamento oncológico que o Yoga traz benefícios.
“Existe uma pesquisa feita com oitenta e seis adultos, de 26 a 44 anos, com doença crônica. Foram realizadas intervenções de gerenciamento de estresse, incluindo Yoga, asanas diárias e pranayama (exercícios respiratórios) por dez dias”, detalha.
Nesse grupo, os níveis de cortisol no sangue diminuíram, assim como o que ocorreu nos estudos com pacientes com câncer.
“Como sabemos que o estresse é fator de risco para doenças cardiovasculares, chegamos à conclusão de que o Yoga pode proporcionar também grande benefício para pessoas com hipertensão arterial e outras doenças cardiovasculares. Além disso, os níveis de IL-6 e TNF-alfa, que são marcadores inflamatórios do organismo, diminuíram. Isso demonstra que todas as pessoas com doenças com componentes inflamatórios podem ter ganhos com o Yoga”, esclarece.
As vantagens de praticar essa arte milenar não param por aí. A médica cita uma pesquisa outra pesquisa realizada com 90 adolescentes com níveis elevados de glicose no sangue.
“Metade do grupo realizou Yoga e a outra metade outros exercícios. As atividades ocorreram por uma hora por dia durante doze semanas. Os níveis de glicose melhoraram, mas apenas no grupo de yoga. Por isso, podemos supor que pessoas com diabetes também podem ter resultados positivos com essa prática”, finaliza.
A Fibromialgia e o Yoga
Hoje com 41 anos, Tatiana Bomfim Martins foi diagnosticada com fibromialgia aos 32.
“O diagnóstico foi difícil, levou tempo. Depois outra saga se instaurou, com tratativas para me manter o mais próximo daquilo que sempre fui: independente, alegre e saudável. As dores foram crescendo. Eu já não trabalhava mais, não conseguia estudar, porque sentia uma confusão mental terrível. Eu tinha distúrbio do sono. Dormia sempre mal. Desenvolvi uma alergia alimentar e uma sensibilidade sonora. A água que caía do chuveiro no meu corpo doía, as crises muito próximas uma da outra, e meu desespero foi aumentando”, conta.
Nessas alturas o esforço da jovem era não sentir dor. O tratamento era repouso, remédios e quando pudesse atividade física.
“Até que abandonei o tratamento convencional e fui para a alimentação consciente e acupuntura. Obtive uma melhora. Certo dia, percebi que não saia da minha cabeça uma palavra: Yoga. E com essa palavra vinha uma certeza de que o caminho seria esse. Me inscrevi num estúdio perto da minha casa. A modalidade que mais me chamou a atenção foi Kundalini Yoga. A essa altura eu já estava com 34 anos, bem inflamada e cansada dos dois últimos anos tão limitantes”, detalha.
Tatiana então agendou uma aula experimental e foi com sua bengala. A essa altura, ela estava sem firmeza nas pernas e sentia muitas dores.
“Fiz uma aula prática de uma hora e meia. Eu saí da minha primeira aula podendo refazer a cena brilhante do Singin in The Rain onde Gene Kelly bailava levíssimo ou correr como o campeão Usain Bolt. Eu estava leve, eu me sentia livre. Desde então eu nunca mais tive crise ou dor. Eu parei de dizer eu sou fibromiálgica, fui me afastando disso totalmente. Eu lembro que os médicos sempre diziam que não tinha cura. E cá estou eu sem crise e dores há sete anos” conta e continua: “Eu me senti ótima e inteiramente conectada ao meu ser. Foi mágico e decisivo para que continuasse a prática. De tal maneira e com tanto amor e afinco que me tornei professora da mesma modalidade, Kundalini Yoga, anos depois”, relembra emocionada e conclui: “Atualmente meu mais forte desejo é que outras pessoas consigam se experimentar em suas versões livres, saudáveis e sagradas”, finaliza a professora que hoje usa o nome espiritual de Shiva Pritam.
A Redação de Entre Asanas também selecionou algumas dicas para você meditar e potencializar a energia positiva do pensamento:
1. Respire corretamente
É importante saber respirar, reconhecendo cada etapa do ciclo (inspiração, retenção; expiração, retenção) e cada região do corpo onde ela acontece (diafragmática, peitoral, clavicular). Saber respirar significa controlar a bioenergia do corpo e o sistema nervoso. Então é fundamental respirar corretamente para acalmar os pensamentos e desenvolver a serenidade.
2. Mantenha-se fisicamente ativo
Nesse caso a mente pode ser o principal inimigo, principalmente durante uma situação inusitada e adversa. A disciplina é fundamental. O espectro de atividades está limitado, mas com um pouco de criatividade e muita força de vontade, é possível desenvolver diferentes rotinas de exercícios. Praticar Yoga é sempre a nossa dica padrão! Mas existem diversas formas de manter o corpo ativo, lembrando de respeitar os seus limites.
3. Estude
Em momentos de crise surgem, ou são criadas, as oportunidades. E hoje temos a Internet com acesso a diversas fontes confiáveis de pesquisas e livros para nos libertar de todo sofrimento (ignorância). Existem centenas de ofertas de cursos e workshops online. Sem falar nos terabytes de material técnico, documentos, artigos científicos e toda sorte de conteúdo especializado para você descobrir e desenvolver novas aptidões. Então, estude.
4. Pense na Vida
Filosofar não é, exatamente, um hábito para a maioria das pessoas. Pelo menos não oficialmente. Mas filosofar, ou questionar-se a respeito das coisas e do universo, é uma atividade muito revigorante e terapêutica. E como estamos todos isolados, talvez seja um bom momento para ficar só. Pois como disse o lendário cientista Nikola Tesla "Esteja sozinho, este é o segredo da invenção, estar sozinho, isto é quando as ideias nascem".
5. Seja Positivo
A física quântica um dia explicará os efeitos do pensamento positivo, de modo que não restará dúvidas de que somos capazes de criar ou destruir com o poder do pensamento e da fala. Então, mantenha as afirmações e atitudes positivas em seu dia a dia, e elimine toda e qualquer influência negativa, subtraindo certas palavras, e sendo diligente em suas ações.
6. Lembre-se do seu estado de felicidade
No Yoga, aprendemos que a libertação do ser humano o reconduz ao seu estado natural, a felicidade. Muitas vezes esquecemos das coisas que realmente nos trazem a sensação de satisfação mental. Então aproveite tudo isso para lembrar e reafirmar o que realmente te faz sentir feliz. É isso que realmente importa.
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