Presença física no ambiente de trabalho, mas a mente está em outro lugar
Por Redação Entre Asanas
A saúde mental no trabalho perpassa por diversos aspectos, como: a convivência com os colegas de trabalho e o chefe, a sobrecarga de atividades e, também, os problemas que surgem fora do ambiente de trabalho, na vida pessoal, as preocupações de casa e dos filhos, por exemplo. E, falando em saúde mental no trabalho, vamos explicar um pouco sobre o presenteísmo, que é estar presente fisicamente no trabalho, mas a mente não está.
Sabemos que o presenteísmo vem, quase sempre, acompanhado do absenteísmo, mas há diferenças entre eles. O absenteísmo é a ausência física no trabalho por diversos motivos: uma doença, problemas pessoais, dificuldade de transporte, dentre outros. Já o presenteísmo é quando o colaborador está no ambiente de trabalho, mas não possui produtividade, não realiza as tarefas necessárias equivalentes a sua função na empresa, está fisicamente no espaço de trabalho, mas sua mente está em qualquer outro lugar.
Nossa redação convidou a psicóloga Amanda Pais para conversa sobre esse assunto muito ligado à saúde mental no trabalho. Amanda Pais é psicóloga Cognitivo Comportamental - Especialista em Gerenciamento de Estresse e Psicologia Escolar, atuando na área clínica e há mais de 10 anos em programas de qualidade de vida e bem-estar para Empresas Multinacionais. “Tendo em mente uma longa trajetória profissional, nos últimos anos venho percebendo que falar de saúde mental tem se tornado algo mais comum, especialmente nos dias atuais. Contudo, também percebo que ter saúde mental nos ambientes onde cada indivíduo trabalha não é a mesma coisa, ou seja, aí é outra história. Pois bem, cuidar da saúde da mente é cuidar bem da vida. Um dos grandes desafios que vivenciamos é equilibrar a vida pessoal com a vida profissional, conseguir gerenciar melhor o tempo e desenvolver inteligência emocional para lidar com as adversidades - o que é totalmente possível se cada indivíduo tiver um olhar para a saúde”, explica a psicóloga.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é considerado o país mais ansioso e o quinto mais depressivo (2020) do mundo e é claro que isso impacta na nossa autoestima, motivação e produtividade. Se não olharmos para estes dados com o devido cuidado e agirmos de forma preventiva teremos ainda muitos prejuízos tanto em termos pessoais como profissionais”, esclarece Amanda.
Estar mentalmente desconectado com o trabalho pode ser um sinal de que algo está em desequilíbrio e que precisa de ajustes. “Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é considerado o país mais ansioso e o quinto mais depressivo (2020) do mundo e é claro que isso impacta na nossa autoestima, motivação e produtividade. Se não olharmos para estes dados com o devido cuidado e agirmos de forma preventiva teremos ainda muitos prejuízos tanto em termos pessoais como profissionais”, esclarece Amanda.
“Um bom exemplo para explicar o presenteísmo, é aquele funcionário que vai à empresa apenas para bater o ponto e fica sentado esperando a hora de ir embora".
A psicóloga especialista em gerenciamento do estresse explica de forma didática para que possamos identificar o que é o presenteísmo e, principalmente, buscar ajuda para amenizar sintomas que interferem na vida pessoal e profissional. “Um bom exemplo para explicar o presenteísmo, é aquele funcionário que vai à empresa apenas para bater o ponto e fica sentado esperando a hora de ir embora (o que se torna um pensamento recorrente). Sempre com a sensação de que o dia acabe logo, ou seja, não está presente. Gosto de uma frase para ilustrar isso: " se vc está em um lugar pensando em outro, você não está em lugar nenhum". Existem vários fatores que influenciam tal comportamento, fatores internos e externos, como por exemplo:
-O funcionário não se sente valorizado ou reconhecido;
-Problemas de relacionamento com a equipe;
-Problemas pessoais não tratados (brigas familiares, histórico de estresse, depressão e ansiedade);
-Mão ter expectativas de crescimento no setor;
-Demandas e pressões que geram estresse e acabam paralisando as ações.
O que tudo isso pode ocasionar? “Quando não resolvemos os problemas, eles tendem a crescer e, neste caso, geram frustração, resultando em falta de envolvimento com as tarefas e um automatismo na execução das mesmas. O presenteísmo age diretamente no clima organizacional e na saúde mental no trabalho, por isso é tão importante reconhecer o que está por trás do comportamento disfuncional. Existem sinais de alerta como as mudanças de comportamento do funcionário e queda de produtividade são os mais observados”, destaca Amanda.
“Considero que a prática da Yoga e a meditação podem auxiliar no sentido de trazer: foco, equilíbrio físico, mental e emocional, concentração e presença. Penso que tais práticas são verdadeiros investimentos para melhoria da qualidade de vida e bem-estar dos funcionários”, garante a psicóloga.
A prática de yoga e meditação auxiliam na saúde mental do trabalhador, já que essas práticas proporcionam autoconhecimento e o encontro com a sua verdadeira natureza, além de trazer o praticante para o momento presente tanto no tapetinho, como fora dele, ou seja, no ambiente de trabalho. “Considero que a prática da Yoga e a meditação podem auxiliar no sentido de trazer: foco, equilíbrio físico, mental e emocional, concentração e presença. Penso que tais práticas são verdadeiros investimentos para melhoria da qualidade de vida e bem-estar dos funcionários”, garante a psicóloga. “Uma das escolas que estudei informa que 23% da população adulta é presenteísta (ISMA-BR). É natural que em alguns momentos não estejamos concentrados a partir do momento que não estar concentrado e presente é frequente ou mesmo interno é preciso reajustar a rota. E as práticas meditativas nos auxiliam nesse treino, de colocar o corpo e a mente em homeostase”, ressalta.
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